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Crise climática e abelhas



De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. O agravamento das mudanças climáticas trouxe mais secas, inundações e ondas de calor para várias partes do mundo, ameaçando todas as formas de vida e o meio em que vivemos (1). Neste cenário estão as abelhas, uma das criaturas mais afetadas pela mudança do clima.


As abelhas são os melhores e mais eficientes agentes polinizadores da natureza, desempenhando um papel crucial na polinização de culturas e no suporte dos ecossistemas (2). Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as abelhas seriam responsáveis pela polinização de 73% das plantas cultivadas, que são utilizadas de forma direta ou indireta na alimentação humana. Das 57 espécies de plantas mais cultivadas em todo o mundo, 42% delas dependem das abelhas para sua polinização.


O que muitas pessoas não sabem é que à medida que as mudanças climáticas avançam, as abelhas lutam para se adaptar às alterações em seu ambiente. Condições ambientais como a estiagem e altas temperaturas não favorecem a florada, comprometem a produtividade de mel e atrapalham os padrões de alimentação das abelhas, além de poder ocasionar a morte destes insetos e contribuir para a má formação de crias (3). Além disso, descobertas recentes indicam que futuros eventos extremos de temperatura podem aumentar o impacto de pesticidas nas populações de abelhas e em seus serviços de polinização. Certos pesticidas, como os neonicotinóides, têm seus efeitos potencializados em altas temperaturas, podendo alterar um conjunto de comportamentos importantes para a sobrevivência e capacidade de polinização das abelhas (5, 6).


Maçã, melão, manga e hortaliças como berinjela, cenoura, couve e pepino, consumidos em larga escala de norte a sul do Brasil, podem um dia até sumir das feiras livres e supermercados, caso a perda de abelhas continue em ritmo acelerado. De acordo com a pesquisadora Marcia Motta Maués, da Embrapa Amazônia Oriental (PA), sem a ação efetiva das abelhas como agentes polinizadores, cerca de 52% dos produtos vendidos nos supermercados desaparecem (3).


Dessa forma, além de ameaçar a sobrevivência do homem e de diversas espécies, a redução de alimentos causada pelo desaparecimento das abelhas pode causar sérios problemas à economia. Hoje, estima-se que 10% do PIB agrícola estejam representados pelos serviços ecossistêmicos da polinização, refletindo em mais de 200 bilhões de dólares por ano. O impacto também seria grandioso no setor industrial alimentício, farmacêutico e de cosméticos, afetando corporações de diferentes segmentos que dependem das culturas polinizadas e dos produtos gerados pelas abelhas (4).


Salvar as abelhas não é apenas essencial para nossa segurança alimentar, mas também para a saúde de nosso planeta como um todo. Por isso, é necessário agir sobre as mudanças climáticas. A AKVO atua diretamente nesta área, oferecendo soluções sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, auxiliando produtores e empresas a adotarem práticas de baixo carbono, e assim, contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.


Fontes:

(1) Aumento dos efeitos das mudanças climáticas são alarmantes

(2) The importance of saving bees

(3) Sombreamento natural desenvolve abelhas mais rápido e melhora qualidade do mel

(4) Sem abelhas, sem alimentos - consequências

(5) KENNA, D.; GRAYSTOCK, P.; GILL, R. J. (2023). Toxic temperatures: Bee behaviours exhibit divergent pesticide toxicity relationships with warming. Global Change Biology, 00, 1– 18.

(6) Aumento da temperatura também aumenta impacto de pesticidas nas abelhas


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